Aquilo que se perdeu
Aquilo que se perdeu
E no peito grita forte um passarinho
Que enjaulado no seu ninho
Já cansou de sofrer
Pois na morte a esperança esmoreceu
E o que ele tinha já partiu
Quando a saudade apareceu
E Na velha jaula o animalzinho
Grita e chora
Pede súplica até implora
“Misericórdia oh meu Deus.”
Nos olhos do menino que cresceu
Vejo a fé que não morreu
Ao partir pra longe do cantinho
Que enjaulado no seu ninho
Seu passarinho feneceu...
Os seus joelhos se prostram
Frente à fé que não partiu
Ele acredita no destino
Que por esperança revestiu
A estrada torna-se dura e cheia de perigos
Ambos se perdem um do outro
O pássaro escapa e voa para o norte
Já o menino
Esse desiste não apenas de si mesmo
Mas do que um dia acreditou
A vida segue seu rumo
E o menino do tal amor se esquivou...
O menino é a parte da humanidade que deixou de ouvir aquele canto doce e leve
Que ressoa nas mais rasas ou profundas profundezas do ser
O pássaro seria o amor que depois de esquecido e mutilado pela ignorância
Perdeu-se do que deveria ser um corpo uma alma e um coração
E quando o pássaro parte para longe
Ele procura uma metade que nunca vai achar
Ambos seguem caminhos diferentes
Mas sempre buscando um ao outro...