"O nada que é tudo" - MITO I
De mitos e lendas
surge a grega Mitologia.
Céu, terra e mares
as divindades povoam.
Férteis concepções
nutrem a Arte e a Poesia
e a essência dos seres
desvendar tentam.
Os gregos pensavam
que tudo que existia
por vitais forças regido
várias formas apresentavam.
Conceberam o CAOS, massa rude
que vida produzia.
Terra e Céu, em abraço
todos os deuses geraram.
A imaginação recupera
o enigma da existência
nas trevas do tempo escondido:
aqui as raízes do Mito.
Tendo os fatos repetência,
o mito se eterniza:
nascimento, vida e morte,
as forças máximas da vida.
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N. A. "O mito é o nada que é tudo". A partir deste verso de Fernando Pessoa em "Mensagem", iniciei o trabalho de pesquisas, até chegar a este poema. Acho a Mitologia uma das mais intrigantes e geniais criações do homem. O drama de entender a existência sempre nos persegue. Os gregos não aceitavam a idéia do "nada", nem de um deus "exterior", criador. Assim, conceberam o CAOS, matéria bruta pré-existente, a ser organizada. A fantasia o organizou, através dos deuses criados. Mitologia não se confunde com Religião, pois esta pressupõe regras e doutrinas, prêmios e castigos aos bons ou maus. "Viver o mito é conhecer-se a si mesmo" era uma máxima grega. Os deuses mitológicos, humanizados, refletem ações e sentimentos humanos, fato que tentarei abordar nos próximos textos. gajocosta
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Em contraponto, Ádria Comparini nos traz a visão religiosa cristã-católica do surgimento do universo, oposta à concepção mitológica:
Mistérios do Universo
Do nada se fez tudo
A luz surgiu da escuridão
As trevas se abriram para o clarão
Num Universo que era mudo
O verbo encarnado foi a Unção
E o Sinal de Deus na Amplidão.
A serpente foi pisada contudo
Pela Mulher que trouxe a Salvação
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