O caminho

Intrépido coração que bate

as mornas horas do dia só

pelos portões escapam as aves

e pelo o chão um branco pó.

Nas nuvens brota o céu profundo

gigante arqueiro matinal

eu fujo só pelos janeiros

refulge o vermelho do madrigal.

Estreita ponte na corredeira

pelas trincheiras descomunais

mata o passado, a feiticeira

esconde a morte, o pai boçal.

Mas quando volta da longa estrada

carpido o mato, varrido o chão

quebra no peito a atiradeira

esconde o rosto por entre as mãos.

Jacko Montenegro
Enviado por Jacko Montenegro em 30/09/2012
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