TU ÉS O MEU SOL
Tu és o meu sol dentro do céu escondido
Por detrás das nuvens em cores cinzentas,
Deixando doente esse coração muito ferido
Entregue às sequelas das estradas barrentas.
Tu és hoje o meu sol que tão pouco ilumina
As beiradas do caminho por onde ainda ando,
Procurando a imensa sombra que me confina
No esconderijo do sol que continuo amando.
Rasgados estão minhas vestes de tanto arrastar
Por aí, em busca de teus raios, hoje tão frios.
O caminho é longo, mas, mais longo é esse basta.
A boca da vida berra e me sacode todos os brios.
Dou a minha mão a vivência onde a palmatória
Espera para castigar-me no tempo, se possível
Levando de vez todas essas páginas cuja história
Tornou-se real, desencantada, dolorosa e incrível.
DIONÉA FRAGOSO