Dígrafos
Na chuva cheira
Chove o choro dos chauvinistas
E escorre o escarro dos esquecidos.
Às águas entornadas no céu
Misturam-se ao sal do sol.
Algumas orquídeas amarelas
E algumas sinfonias holandesas,
Lampejos, estrondos, espirros... Vozes.
No alto de uma muralha asteca
É possível ouvir o som de cada gotícula
Que se desprende da nebulosa.
Numa chuva densa,
A dança das palavras
Provoca a alquimia das letras.
Chuva de tinta em solo pautado,
Escancarando os encontros e desencontros
Dos seres indomáveis com seus sentidos.