Florescer de Lágrimas
Manchas no fundo, negras,
Negras, entram pelos lábios
Descem à garganta, Pregas
E silêncio, soluçar cálido.
Na vastidão do escuro d'alma
Um sentimento o engole
E traga, e é calma
E é uma dor, não morre.
Como uma tempestade, raios
Nascem dos olhos futigados
E como denuncia, fardos
Olhos de ódio, amedrontados.
É ódio o amor ao medo
E no fundo é a canção
No fundo dele, há segredo
O sofrer é o coração.
E quando já está sem o poder
Pendem e caem, o florescer de lágrimas
Um perfurar de rancor, um sofrer
Pedem e caem, doce canto de lástimas.
E depois é o virar de rosto
Sem mostrar qualquer marca
Como se não houvesse desgosto
Face sorri e o peito lasca.
E o orgulho cria um tufão
Há ventania sem alguma chuva
Há tempestade sem algum trovão
E não há dor, por que não há rancor
E não há pranto sem consumação.
E quando já está sem o poder
Pendem e caem, o florescer de lágrimas
Um perfurar de rancor, um sofrer
Pedem e caem, doce canto de lástimas.