Peregrino*
há pensamentos que são versos
como fios de prata
sussurros da noite
entretecidos pela luz da Lua
entre marés e vagas
há versos que são beijos
como as cerejas que sonhamos
no sumo do toque desejado
viagens íntimas nas rotas do céu
em sonhos- reais e sem enganos-
há caminhos que são desejos
entre lágrimas que toldam olhares
guardados no peito
como sagrado é o mar
as ondas encrespadas nos cílios
desse amor que nunca olvidamos...
há sonhos que são carinhos
como peregrinas são as palavras
todas essas que amamos.
Karinna*
'Inda me peregrino em mim, sabê-lo-ás.'O Transversal
*imagem:
"Praia e falésias em Pourville, efeito da manhã", Claude Monet