Maria

Maria, que era clara como o dia,

Ousava me encontrar nos versos,

Feito rosa que desabrocha no inverno;

E minha luz com a sua se fundia.

Maria, que era luz – clara luz –

Em meu caminho surgia,

E eu, com ela, me perdia,

Sem o peso de nenhuma cruz.

Maria, que sorria primavera,

Cantava auroras e crepúsculos,

E as estrelas por impulso

Caiam dos olhos dela.

Maria, que em mim amanhecia,

Um dia disse: luzes se pedem,

Mesmo quando se perdem...

E seguimos – enfim – por aquela via.

Luiz Luz
Enviado por Luiz Luz em 28/09/2012
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