Maria
Maria, que era clara como o dia,
Ousava me encontrar nos versos,
Feito rosa que desabrocha no inverno;
E minha luz com a sua se fundia.
Maria, que era luz – clara luz –
Em meu caminho surgia,
E eu, com ela, me perdia,
Sem o peso de nenhuma cruz.
Maria, que sorria primavera,
Cantava auroras e crepúsculos,
E as estrelas por impulso
Caiam dos olhos dela.
Maria, que em mim amanhecia,
Um dia disse: luzes se pedem,
Mesmo quando se perdem...
E seguimos – enfim – por aquela via.