Morre o poeta...
Neila Costa
Pela mudez
Dos sentimentos
E invalidez
Das mãos sem tato,
Morre o poeta...
Pela ausência de nitidez
Do papel amassado
E insensatez
Das lembranças do passado,
Morre o poeta...
Pela fluidez
Das palavras nos poemas,
E desfaçatez
Dos apaixonados versos,
Morre o poeta...
Pela languidez
Dos tempos mal vividos
E da vetustez
Dos amores proibidos,
Morre o poeta...
No fim do penúltimo ato!
Talvez,
Pela pressa de sair do palco...