ESFINGE E SOLIDÃO
Alguma coisa é esfinge e solidão
Nessa paisagem
Onde as sílabas da realidade
Tecem todos os sentidos
Para gerar o suor
Da batalha cotidiana
Doença, fumaça, engarrafamento
Urbana agonia num céu todo cinza
Os labirintos das construções
Que bloqueiam a passagem
O vazio é dentro de nós
Resta-nos a memória estilhaçada
E esse silêncio esmigalhando
Os pássaros da nossa pele.