Palavras

Trecho da canção

"Palavras"

Palavras, palavras...

Eu já não aguento mais

Você só fala e nada faz.

Sorrir, nunca foi só de alegria,

com tempo ruim, todo mundo também dá bom dia.

Gonzaguinha

Palavras

Tenho n'alma uma moringa

Guardo letras dentro dela

Com caneca retiro água

Sacio a sede das palavras.

Poesia são sentimentos potáveis

Herança do leite materno, alimento

Bebo o sumo da inspiração

E com olhar reflexivo, contemplo a paisagem...

Como se estivesse alimentando a dor do parto de um poeta,

Morrendo de inanição...

Caminho aberto em trilhas aos olhos do horizonte,

Olhando a luz do sol se perdendo atrás dos montes.

Silenciosa leitura que não passa as escuras

São luzes e matizes que os versos clareiam...

Iluminando sombras nas lacunas e espumas na areia.

E o que sei? Não sei de nada. O amanhecer é eterno aprendizado.

O dia ilumina todos os dias,

Banhado pelo orvalho da madrugada fria...

Veste-se de luares, depois dos piares

Dos pássaros que pulam de galho em galho

Estáticos, observando-me nos fios elétricos

Me pedindo para fazer ninho no beiral da minha casa

Depois de um sensual bailado de acasalamento.

Agora são namorados e usam horários no pulso da intuição...

Estrelas nuas, envergonhadas, se vestem de diamantes lapidados.

A lua cheia, estufa o peito, não se intimida e posa nua, descarada...

E o sol, quase não cabe em si, de tanto encantamento.

E o firmamento, impressiona, pela beleza do universo.

Pavão, abrindo em leque a cauda....

E o planeta se rasga, em beleza despojada

Sem nenhuma maquiagem...

Lâmpadas intermediárias, clareando artérias e veias,

Passeio num balão interior e faço à volta ao mundo: Duas vezes!

Chegando ao coração contemplativo de mais e mais...

Num suspiro, alimentando a alma, desfalecida. Convalesce.

A palavra tem necessidade de ser prostituída, possuída,

Seja num ponto final ou vírgula. Tudo tem sentido num poema...

Até mesmo o que parece não fazer sentido,

Aos olhares desatentos. Lamento, a preguiça do olho sonado.

São muitos olhares partidos ou embevecidos,

Feito meu ser que levantou-se da cama por um verso...cru,

Ao inverso ou às avessas. Entro em sintonia com o espaço.

Ouço vozes...Falam-me letras...

Raras penas de ouro, feito penas do Tiê...

Pássaro que veio ao mundo, não apenas para cantar

Mas para encantar incandescente,

A Nona Sinfonia. " Minha amada imortal"!...

Que desnuda os sete sentidos.

Os que ouvem Beethoven, jamais serão os mesmos

Os que o sentem, jamais saberão seguir outras melodias...

Ouvido surdo, compondo a Nona Sinfonia...

Antes vão gastar sola de sapatos de uma vida inteira,

Ou o que resta de suas vidas...

A procura de uma Pena de puro ouro,

Concedida a quem possui a virtude do som das palavras.

Aves raras... a quem reverencio meus devaneios...

Encontros e desencontros...

Voo...com os pés fincados no chão...

Esboço alguns pulinhos, como se pedisse algo a São Longuinho!...

Rezo embaixo do chuveiro...isso é Sagrado!

E sou grato a quem me pariu...Ouviu?

Faço Novena...Vou à missa e não rezo o terço....

E tenho profunda intimidade com Santos barrocos de madeira.

A Oração tem o poder de arrancar a forca do pescoço

E fazer levitar, o que estava prestes a morrer

Numa força improvisada...Pela Fé!

Sem afeto, sem amor, sem nada...

E absolutamente, tudo.

Felicidade não está no exterior de nós

E as vezes não cabe em si de tanto encantamento.

Esperando da vida, apenas igualdade, justiça e solidariedade.

Creio que todo poeta sensitivo, psicografa de alguma forma,

Quando deixa fluir e o ambiente em que escreve

Esteja revestido e iluminado pela paz.

O mar batendo ondas na areia,

Numa paixão alucinógena.

Teu olhar, cor de esmeralda, são estrelas

Sem teto no firmamento...

Flor amarelada, que foi violeta, no poeta que em mim habita.

E rosas que cochicham devaneios...

Águo para matar a sede de si em ti

E sorvo com a boca destrancada,

Cada palavra como se engolisse mel

Ou me entorpecesse com o sumo da Ayahuasca.

Escaler da poesia, vou remando

Como se versos fossem rios caudalosos

E fosse de encontro a margem dos igarapés.

O remo é movido pela lucidez embriônica e embriagada

De contemplação poética em estado constante de purificação.

Vontade de ir correndo abraçar-te num laço, nó cego

Que ninguém desate.

Ata-me ou mata-me.

Sou vulcões e labaredas

Tijolo e argamassa

Aranha e teia.

Fiel é a voz do pensamento

A nossa própria voz, querendo encontrar a razão de tudo...

Das oitenta batidas das asas do colibri,

Que sorri, estático, conversando com a flor...

A natureza tem beleza devastadora,

Que não cabe, numa face...dor!

Palavras desabrocham no perfume das flores...

Tens o universo no despertar entusiasmado da borboleta

E versos podem ser sugados, feito filhotes brigando por teta.

Tony Bahia

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ ¨¨ interação¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Tua poesia de beleza devastadora

natureza que é

que toda poesia de alta voltagem de palavras

É Natureza

e a tua poesia o é

e tanto que não quero me preocupar em compreendê-la muito

mas em sorvê-la

e degustá-la

como água pura

no meio da serra

em tempos de sede

e o vinho sagrado

dos deuses das danças e das palavras.

Eu mais dionisíaca que apolínea

ainda que precisemos das duas forças

Por isso tua poesia

É cachoeira-bênção e vulcão ativo, mas benéfico

E olha a louca aqui

Vulcão benéfico

e tu entendes

que tu es também louco

de muita louca-lucidez

E tenho dito rsrsrs

Boa noite, amado Tony, meu caríssimo. Zu.

................Querida Zuleika-ZU!.....................

Obrigado, pela esplendorosa inspiração,

Beijo de luzes "violeta" em t'alma azul, tony.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 27/09/2012
Reeditado em 30/09/2012
Código do texto: T3904508
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.