Papel branco d`água

Libertar-me dos sofrimentos

Palavras que entram na alma

Altivez inexcedível de encantamentos

Doce ósculo das auréolas encarnadas

Voo nas nuvens, afável deleite

Cintila no ser um augusto terno amor

Que expunge a palavra e escraviza a fantasia

Embrenha-me na ironia das letras

Mas a existência começa do nada

Bailam numa maestria harmoniosa

Um livro de páginas caladas

Cada um tem seu estilo

Uns loucos, devaneios alienados

Outros, transformam-se

Em seres alucinados

É deixar uma marca

Indelével sutileza

Papel branco d’água

Que abala a tristeza

E purifica a alma

Dilacera e limpa

É a voz que reclama

Da vida em tinta

Amar sem compaixão

E espalhar o vento ao beijo

Esvaziar a mente à libertação

Dissipar-se na fonte do desejo

Para insculpir à vida do nada

Num papel branco d’água.

Robson Gomes Barbosa
Enviado por Robson Gomes Barbosa em 27/09/2012
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