Poema 0020 - Corpo da noite
Meu corpo está cheio de noites,
os cheiros de vida estão sumindo devagar,
minha alma voa entre espaços vazios,
talvez esteja morrendo, talvez só o amor.
Amante minha, minha mulher impura,
deixe que me apodere de seu espírito,
preciso tê-la entre minhas mãos sujas de paixão,
até que as últimas lágrimas sequem nos olhos.
Encontrei-a com minha boca cheia de beijos,
os sorrisos não ficavam presos entre os dentes,
a língua sentia o gosto da sua saliva,
colava meu rosto em seu colo depois do amor.
Tenho manhãs cheias de sonhos perdidos,
o sol vem e rouba meus desejos,
tento estar vivo até a próxima taça de vinho,
quem sabe até o beijo de boa-noite.
23/10/2004