Intocável
Sempre insisto
E tu sofres calada
Minha agressão.
Tua desonra.
Assim sem pensar
no lance do meu instinto
Seco
Sem
Sabor
Deformada é a tua figura
Ao fim de tudo.
Sem encantos
e pureza
nas metáforas.
Tiro teu brilho.
Culpado!
Dobro o rosto.
Envergonhado
Enquanto teu semblante
Dói em mim.
Sou sujo de ideias.
Mereço mesmo
inspirações de lixo!
Os pensamentos baixos
Sem admiração.
Mas tu corres o mundo
Louvando minha desprezível criação
Que toca a outros.
Para mim ela mais os contamina.
Eles não sabem
Que assim como eu
ferem tua essência.
Não sabem e
Dizem conhecer-te.
Mas tu, de compaixão
Permite usar em vão
o teu nome.
Sofrendo calada
No interior das almas,
dentro de cada um de nós.
São poucos os que nasceram
e raros os que virão
Para te tirar de lá,
Mantendo-te em forma pura.
Poesia.