[Às 15h30 da Tarde]

Às 15h30 da tarde, pela milionésima vez,

eu torno a descobrir que nunca,

nunca mais eu hei de ouvir chegar o padeiro.

Às 15h30 da tarde eu me sei triste assim...

Às 15h30 da tarde, a vida pode partir

de mim — e que não restem traços!

Às 15h30 da tarde, eu me espanto

como este meu leve sorriso amarelo

para a bela balconista da farmácia —

eu sorrio sim... mas só por descuido!

Às 15h30 da tarde, pela milionésima vez,

eu torno a concluir pela Razão —

prefiro mais o chumbo da análise

à da leveza das asas do sorriso!

Às 15h30 da tarde, exatamente

às 15h30, se eu pudesse, eu puxaria o gatilho

daquela bomba nuclear

que eu falhei em produzir.

[Apenas se eu pudesse!]

Às 1530 da tarde, eu concluo

que devo aprender a morrer... só!

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[Desterro, 25 de setembro de 2012]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 26/09/2012
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