Ventos da tarde

O vento da tarde chega enloquecido e quente, rodopia como bailarina em frente à minha casa, deixa seus rastros empoeirados , volta na madrugada, frio e sonoro , parece querer se desculpar da sua fúria vespertina.

Ó vento,

ca da minha sala

observo suas peripécias...

Como menino levado

que tudo desarruma

sem preocupar-se

com a rebeldia.

Esconde-se nas curvas

do tempo , nos seus intocáveis

e imperceptíveis aposentos.

Quisera ter a força do vento,

mas sou apenas pensamento

solto no ar.