Bahia
Eu estou só mas
Tomando de esperança,
E as lembranças me faz
Sentir vivo... como nos
Tempos da minha vida...
O vento do meu nordeste
Me causa sintomas
Na minha carne, nos meus
Ossos na minha pele dura
É coisa da Minha Bahia,
terra boa, de gente
Forte, de pés descalços,
De maribondos e goiabeira
Seca...de mulatinhas assanhadas
Descalças e sem nada
E nem por isso embaraçada..
Viva, sem presunção de ser viva
Vento em chamas...
Fogo invisível, arreia
Do cavalo, meu gênio,
Meu diabo solto, meu
Dono de mim, meu braço
Minha perna, meu corpo
De duzentas tragédias;
Desça do cavalo,
E me faça companhia!
Insurge do destino, do
Trapo recolhido, do insano
Mundo invisível....
Me leva, Me chama, me ama...
Na forma da pedra, da dura
Pedra que não desespera!
Uma parte minha está aqui
Outra, espalhada na vontade
De voltar, e remendar tudo
Cada pedacinho do fuxico,
Da toalha rasgada, alinhavada,
Quase solta,
“Alguém me ajude a juntar tudo!”
E ter de novo O amor,
a coragem do Gueirreiro
de pá e enxada...
De ser dono da minha estrada....
E fazer da minha bahia a minha
Namorada....