Ninguém imagina que para o poeta
Há também o tempo sagrado de calar,
De depor suas armas ante o silêncio
E de olhar profundo para dentro,
Para o fundo de onde nunca foi,
Reverenciar, devoto, o momento,
Vivenciar a verdade do sentimento.
Ninguém imagina o poeta capaz de amar
O amor comum dos mortais, mas ele ama,
Ainda que o mais certo dos amores incertos,
Ele ama como quem sabe amar desde sempre,
Como quem sabe amar o mar em todas suas distâncias,
A imensidão inimaginável mais impenetrável
E o amor impensável em todas suas inconstâncias.
E ama, mesmo com a imponderável angústia
De querer tanto justamente quem não está perto
E de se fazer tão próximo de quem só parece distante.
Ninguém sequer imagina o instante
Da dor de ter de parir cada palavra
E o poema que rasga, rompe, dói
E se lança como um grito no infinito,
Que nasce e morre assim dilacerado
E que, tendo dito tudo, adormece,
Enquanto a poesia de outro dia
Ainda nem amanhece...
Há também o tempo sagrado de calar,
De depor suas armas ante o silêncio
E de olhar profundo para dentro,
Para o fundo de onde nunca foi,
Reverenciar, devoto, o momento,
Vivenciar a verdade do sentimento.
Ninguém imagina o poeta capaz de amar
O amor comum dos mortais, mas ele ama,
Ainda que o mais certo dos amores incertos,
Ele ama como quem sabe amar desde sempre,
Como quem sabe amar o mar em todas suas distâncias,
A imensidão inimaginável mais impenetrável
E o amor impensável em todas suas inconstâncias.
E ama, mesmo com a imponderável angústia
De querer tanto justamente quem não está perto
E de se fazer tão próximo de quem só parece distante.
Ninguém sequer imagina o instante
Da dor de ter de parir cada palavra
E o poema que rasga, rompe, dói
E se lança como um grito no infinito,
Que nasce e morre assim dilacerado
E que, tendo dito tudo, adormece,
Enquanto a poesia de outro dia
Ainda nem amanhece...