Impressões
Eu me imprimo no tempo que passa
E deixo à posteridade pedaços do meu retrato,
Fotografia irônica de tudo quanto eu faço
Diante do sarcasmo duma vida sem taça.
Retalhos de mim flutuam no tempo
Envelhecendo meu nome diante das horas,
Em minha consciência busco revolver a história
Que transforma meu perfil num labirinto intenso.
Jardim suspenso vagueia no espaço
Donde sutil perfume adormece meu cansaço
Fazendo-me levitar num sonho incorpóreo...
Nas espessas nuvens que choram sobre a terra
Travestem-se as molduras das imagens que encerram
A definitiva impressão do meu eu carente e ilusório!