ÀS VEZES
ÀS VEZES...
Às vezes, a alma pede coisas impossíveis,
Como bater à porta de um sonho indelével,
Pedindo mais luz às ideias que flutuam no espaço,
Rumo à liberdade de todas as vidas...
Outras vezes, a alma pede mais sentimento,
Além do mundo descartável de cédulas frias,
Além de desumanas burocracias
E de injustiças voando além do tempo...
E tudo isso seria indelével se não fosse utopia,
Se o mundo não fosse insensível aos pedidos da alma,
Talvez não víssemos o que a insanidade cria
Em projetos rentáveis de ilusões na palma...
Talvez eu escreva mal perto do que a mente brada,
Viajando em sonhos, feito pássaros, ao fim da tarde,
Mas não consigo ser insensível à desumanidade
Que este mundo dissipa, injusto, à luz do nada.
---