Mar de sangue
Um de dois
Um ou outro
Ambos, qualquer
Um dia vai ser morto
São tantas vidas perdidas
Por balas achadas
Nos becos, nas estradas das favelas isoladas
Mãe chora
Perde a cria
Só tinha uma
Levou bala
Em plena rua
Nossas mães devido às circunstancias
Só estão certas de uma coisa,
Quando acabam de dar a luz a um filho
Já está pronta pra perdê-lo
Realidade nua e crua
Soma com a fome
Resultado: Vida puta
Crianças virando prostitutas
Daqui a uns dias elas somem
E vem uns e outros dizer que isso é normal!?
Povo grande
Gente maior ainda alimentando o trafico
E quem morre?
Adivinha?
NOSSAS CRIANÇAS
Crianças pretas
Pobres e tristes
Elas não vivem... SOBREVIVEM
Não sabem se vão amanhecer vivas
Ou se vão morrer ao amanhecer
Devido ao sistema
Almas feridas pelas críticas
O menino é forçado
A se submeter
A vida bandida
E ainda são adjetivados: “é favelado”
“vagabundo”
“pobre burro”
“preto imundo”
Os “homens”
Baixam nas favelas
O rubro negro
E o mar de sangue
Se revela
Mar de sangue
Criança quieta
Mar de sangue
É no subúrbio e na favela.