TEMPO DE ESQUECER O TEMPO

Vivendo deste novo encanto

Eu canto em frente ao firmamento

Depois de confiar no tempo

Já era tempo de não crê-lo tanto.

“Mas veja, dê um tempo ao tempo...”

Basta de tantos tempos!

Só me importa a concretude

E o sopro de novos ventos

Derreterei feito Dali meus relógios

Ponteiros só do meu apontamento...

...dos dedos, que se postam retos

Dos olhos, que me dão alento

Invento

Desculpas à apatia,

Remédios da agonia,

Distantes desse momento.

Na soleira da janela

Acompanho a cidadela,

Que se move, e como move

Sob o olhar da sentinela.

Debaixo deste teto

Mora o lapso tormento

Na mente do frágil escravo...

...do senhor, de nome tempo.

Delonga aniquilante

Distante, vociferava

“Ofensa!”, bradava Cronos

“Como pode libertar-se?”

Dos pedaços dos grilhões

Novo sonhador renasce.

Sobre a ilusão do passamento

Resta só leve lembrança

Cansado de aguardar cura

Faço-me a própria mudança:

Sedento, fugi da fuga

Enfim, fundei coragem

Miragem, já não se via

Sorria: a nova imagem.

Deperiret Sonus
Enviado por Deperiret Sonus em 23/09/2012
Reeditado em 23/09/2012
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