Literatura

E todos pediram para buscar o significado da literatura

Para explicar por que dela sou admiradora

Com um porquê de existência não sei explicar

E a alma, a essência, prefiro nunca expor

Resumi em poucas linhas, a arte das artes

Que desde o princípio foi palavra, que dela sou parte

Que de palavra já foi nada, além de própria arte

e que de nada se torna toda razão da existência

É o retrato da feiúra bela, divinal beleza sem explicação

É o berço, o aquário da contemplação

Ela te observa enquanto a admiras

Refúgio dos aflitos, dos exilados, dos esquecidos

Dos eternamente lembrados, dos alegres e tristes

Dos imaginários infinitos e deste céu azul sem limite

Se é infinita a arte, se é expressão verossímel, não sei

Apenas sinto que se dela me desprendo, se por acaso a esqueço

Sou sem sentido, não acordo, nem adormeço

E sobrevivo no dia sem saber da noite que desponta

E desponto na noite, sem entender o que é hora

Eu não sou nada, não sou vento nem ar

Não sou frio ou calor, ou sapatos para calçar

E na amizade com a arte, sou mil faces

Sou numerosas pessoas, além de mim

Sou os mundos que precisar, e a imensidão sem fim.