Divisão!
Sinto-me engessada intelectualmente.
Não consigo conciliar razão com minha realidade e isso me assusta
Deixa-me muito venerável... Sem motivação, sem esperança!
Tento abortar sentimentos e sensações,
Pois é arbitrário o domínio da razão
Quando impera no corpo a paixão...
A natureza me fez suscetível a sedução das palavras,
Pego-me chorando com um gesto de desafeto... Um olhar sem direção
Seduzida pela emoção,
Indiscutível, complexa emoção... Sem razão
Nasceu de um apelo... Zelo pela eloqüência,
E me fez perder o rumo,
Solta na verdade, num virtual mundo de imagens!
Minhas, tuas, nossas.
Que usam como âncora minha solidão...
Tomo consciência de minhas limitações,
Difrago uma guerra contra minha fraqueza...
Lágrimas vertem dos meus olhos, náufragas de minhas ilusões,
E morrem em meus lábios.
O agridoce me remete a teu gosto... Teu gozo!
Pensamentos antecipatórios de felicidade, realidade, desejo de liberdade...
Toda racionalidade consciente... Foge!
Quando essa dor me invade.
Meu presente fica sem vontade, coloquial.
Especulando o futuro, vida, morte...
Divisor de águas em mim... De corpo e alma, em fim!
Verdade virtual, terror espiritual.
Meu coração cheio de malícia,
Querendo o prazer da carne... Inimigo previsível e selvagem.
Intransponível a fronteira entre o imaginário e o real,
No meio, a demolição do meu mundo é fatal!
A noite inteira te querendo amor fazer,
O corpo em brasa, silêncio da alma,
Fênix de sentimento, ardente paixão de momento.
Empírica registro os ditames do eu corpo,
Registro o que de louco,
Emocional, sensual, libidinosa e manhosa,
Mando-lhe mensagem... Faço-te refazer a viagem,
Que juntos fizemos e sei, que de novo queremos.
Primitiva, me deixo dominar pelo instinto,
E de novo te excito,
E expresso meu desejo, miragem?
De acariciar o teu corpo, me perder no teu gozo.
De estar de novo contigo de novo!