Deserto.
A caravana pousa no cair da noite,
Estrelas cintilam neste céu nada deserto de luzes
Deserto está meu ser,
Sou alma ferida
Pela saudade de um tempo remoto...
Sobre mim há este negro céu
Dizendo-me que o amor é véu
Que venda-me os olhos
As areias se movem
Talvez porque a vida não é estática
Tanto talvez me ronda...
E o silêncio abissal nesse deserto
Feito um lobo que uiva para a noite
Está cheio de palavras que gritam caladas
Em mim,toda dor
Todo amor
E esse lobo
Dilacerando sonhos
Inacabados
Natimortos
Presos nas palpébras de um tempo
Cego...
Que perdeu a visão em alguma pausa dos séculos
De um tempo atemporal
Que vive em meu deserto
De ser tudo que sou.