Deserto.

A caravana pousa no cair da noite,

Estrelas cintilam neste céu nada deserto de luzes

Deserto está meu ser,

Sou alma ferida

Pela saudade de um tempo remoto...

Sobre mim há este negro céu

Dizendo-me que o amor é véu

Que venda-me os olhos

As areias se movem

Talvez porque a vida não é estática

Tanto talvez me ronda...

E o silêncio abissal nesse deserto

Feito um lobo que uiva para a noite

Está cheio de palavras que gritam caladas

Em mim,toda dor

Todo amor

E esse lobo

Dilacerando sonhos

Inacabados

Natimortos

Presos nas palpébras de um tempo

Cego...

Que perdeu a visão em alguma pausa dos séculos

De um tempo atemporal

Que vive em meu deserto

De ser tudo que sou.

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 21/09/2012
Código do texto: T3893285
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