Às cinco da tarde

Outra vez voa a ilusão

Nas penas d'asas machucadas

Ela se lança ao mar

Ainda que não saiba

Quanto dói nadar

Outra vez o sorriso acode

Ao rosto de louça

E que somente um anjo ouça

A prece que rodopia no ar

Outra vez de esperança a terra fica verde

Outra vez as mãos se acalmam

Outra vez a estação das flores

Pinta de arcos irisados as asas das borboletas

E as garças choram de alegria

Sobre as águas do rio

Às cinco da tarde