As Vagas

Ciclos de extremos vivemos a cada aurora

Das poucas felicidades tangíveis

Aos mares desesperadores onde a tristeza mora

A vida? Aparente longo suplício

Repleto de terror, desespero e vício

A morte? Aparente carta de alforria

Misteriosa e etérea

Temida e escondida sob a lividez da matéria

Cuidado! Sopitemos agora a angústia!

Olhemos em frente, fitemos o horizonte

Jamais esqueçamos a sublime harmonia

Que permeia a natureza bem diante da nossa fronte

Saudosa mãe que muda, cresce e cria

Nela, percebamos a benevolência e o poder do Criador

Manifestada na procela assustadora que a tudo traga

Seguida de paz ditosa, a calmaria da vaga

Serena ela traz de volta o amor após a dor.

Encontraremos a beleza da vida somente Nela

Por vezes triste, mas sempre bela

Até cruel, em verdade o sabemos

No entanto ainda bela, a real Vênus:

A própria vida! C’est La vie!