Nos arrabaldes de uma província
À sombra de fios grisalhos
na ausência das agruras diárias
uma paz enfim descansa no meu rosto.
Na solidão densamente povoada
sussurram em mim imagens do passado, minhas ilusões juvenis...
Meu olhar inquisidor pousa por sobre a poça solitária
retrato de um sorriso contido
e de uma suposta felicidade.
Nas mãos timidamente entrelaçadas,
um pedaço de papel, um lápis e um fardo de sentidos.
A voz rouca e moderada honra o silêncio
falando somente ao coração.
No ar eivado de sensações
suspiros demorados desfazem o fumeiro do tabaco
pensamentos descarnados.
Leio nos livros coisas sobre mim que nem eu sabia
Paro e penso: meus heróis estão virando estrelinhas
A alma exsuda, alternadamente, angústia e alegria (...)