Claríssima
Alvíssima luz derramada
por capricho
do sol que prenuncia
outra estação
no seio desta
claríssima manhã
Viajo por linhas retas
e intermitentes
que passam por verdejantes vales
e montanhas imponentes
em perfeita comunhão...
-perfeitos Yin e Yang!
Aonde chegarei,
finjo ignorar
e garimpo palavras respingadas
do transbordamento
desta luz matinal...
-imperfeitos traço e forma!
Sob o céu sem nuvens
não me movo mais
repleto de cálculos e angustias
Movo-me como o menino que fui
em algum distante canto da memória,
em Salvador,
soltando pipa, jogando bola,
brincando na grama...
alegria plena de volúpia!
Em seu colo
descanso a fronte,
encontro o afago
e chego
a este lago sereno, este riacho caudaloso,
esta região desconhecida
que alguns chamam de lembrança...
Mas este oásis perene, este remanso recôndito,
este jardim florido,
- madrigal -
obra de divino cultivador,
não está situado em nenhum lugar,
e nunca saiu de onde está...