Irreal
A verdade está morta
A vida morreu de desejo
E a criança insólita
Brinca sobre vestido velho,
Sobre a vontade de brincar
De andar e se locomover
Pelo quintal de terra...
Sozinho vou indo sobre
O enterro enferrujado,
Sobre sepulturas e abismos...
E sobre a dança do mundo
Eu rio do partidarismo,
Da política, Das ideologias vãs,
Vencidas, das mentiras dos palanques,
Dos sapos, dos arbustos
Secos, destruídos mas embutidos...
Eu rio, mas nem vontade de rir
Eu tenho mais....porque não
É engraçado. É cínico, é pavoroso...
Na caixa onde o mundo
Desfila na sala de estar,
ou na lanchonete da esquina,
lábios nos conta (in)verdades
e sucumbimos Cegos nas frases
sem sentido...
onde está a simplicidade,
a alegria básica, pequena.
Sonora, onde está a mesa,
O cama do quarto, as matinés...
O café da manhã de pão e manteira,
O fogão aceso, aceso, pois dali
Sai a comida que nos manterá vivo...
A vida está casa vez mais
Irreal....