Redondilhas Brancas
Ouve, Maíra, o quão suspira
a minha voz em teu ouvido,
recitando versos livres.
Ouve, o eco do nosso amor,
sussurros, berros poéticos.
Ouve, meus dentes no teu ombro,
a flor no chão, ainda lépida.
Ouve, Maíra, o quão cintila
a alma do poeta com tua alma,
enfeitiçadas, trançadas.
Ouve, o murmúrio da vida,
do sol, do mar, dos teus sonhos,
das noites inesquecíveis.
Ouve, esse meu estribilho,
a minha clarividência,
meus poemas em teu elogio.
Ouve, Maíra, o quão desfila
sobre avenidas de vidro,
minha paixão, exuberante
diante dos olhos do mundo.
Ouve, os soluços saudosos
da minha boca e da tua,
lembrando os beijos bravios.
Ouve, os nossos corpos juntos,
num lúbrico frenesi,
amando-se em carne viva.