MORTE VIL POR AMOR (necrofilia?)
Em manchete de jornal:
"Matou a Mulher e enterrou no Quintal".
Ceifou-lhe a vida
Porque dele em excesso era querida,
Temendo-a por outro ser conquistada.
E a teve inumada
Em local nada distante
Para bem junto da amada
Estar a cada instante
Quando o desejo viesse.
Quem de amor muito padece
Não se espanta ou vê demasia
Que ele tão próxima então a quisesse.
Quem, sabendo-a morta, a desejaria?
Ora, a alma tem suas razões...
Dentre as mil humanas aberrações
Insere-se a necrofilia.
Por mais que desperte horror,
É um caso extremado de amor.
Ele, mesmo embalsamada, a tocaria
E a seu modo que expressa patologia
Para sempre a possuiria.