A meretriz estela
Um pequeno escritor,
um dia pensou,
em parar de escrever.
Era apenas um amador,
sem ninguém para o ler.
Ninguém foge de sua sina,
não se marca a hora da inspiração,
os versos que a ninguém fascina,
no grumete, palpitava-lhe o coração.
E ele caminhava, naturalmente chorava,
os versos caindo na sua estrada, seus pés esmagando as amadas,
que em poucas linhas ganhavam seu verso.
Ficando para trás a poesia, e ninguém o conhecia,
aquele poeta singelo.
Mas nunca escreveu, ainda jovem morreu,
mas sua rima deixou.
Ficou nas mãos dela, no cabaré de Estela,
por quem um dia se apaixonou.