A meretriz estela

Um pequeno escritor,

um dia pensou,

em parar de escrever.

Era apenas um amador,

sem ninguém para o ler.

Ninguém foge de sua sina,

não se marca a hora da inspiração,

os versos que a ninguém fascina,

no grumete, palpitava-lhe o coração.

E ele caminhava, naturalmente chorava,

os versos caindo na sua estrada, seus pés esmagando as amadas,

que em poucas linhas ganhavam seu verso.

Ficando para trás a poesia, e ninguém o conhecia,

aquele poeta singelo.

Mas nunca escreveu, ainda jovem morreu,

mas sua rima deixou.

Ficou nas mãos dela, no cabaré de Estela,

por quem um dia se apaixonou.

Geraldo Neto
Enviado por Geraldo Neto em 17/09/2012
Reeditado em 10/02/2013
Código do texto: T3886824
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