MEUS OLHOS
Meu Deus do céu,os meus olhos
Parecem dois passarinhos
Feridos pelos espinhos
De uma vida sem amor
Carregam em suas asas
Mutiladas pela sorte
A triste herança da morte
Em uma algema de dor
Os meus pobres passarinhos
Um dia Nasceram livres
Treinaram voos em declives
Driblando desilusões
Encantaram com seu canto
De sublimada parelha
mil noites de primaveras
No ninho dos corações
Os meus tristes passarinhos
Também tiveram seu ninho
E hoje vivem sozinhos
Num cativeiro comum
Se alimentando dos restos
de ilusões mentirosas
São como colibris em rosa
Que não tem perfume algum
Meu Deus do céu,os meus olhos
Hoje é só dor, em meu rosto
São dois passarinhos loucos
Chorando por tudo,e sempre...
São duas sombras condenadas
Pelos deuses infernais
A servirem de fanais
A uma estrela demente!!!