Esse lapso de tempo entre um grito e outro
é o silêncio.
Esse quase vazio entre um sorriso e outro
é a tristeza.
Esse hesitar no passo entre um caminho e outro
é a solidão.

Passo todo o tempo só com a vontade do grito.
Preencho o vazio com as alegrias mais descabidas.
Caminho em círculos como se andasse o mundo inteiro.

Recobro as palavras como quem volta da morte
e tudo o que tinha sido volta como música no ar,
ou como o estrondo da ideia de um grande susto.

Sem amor
as palavras são mortas,
os sorrisos são falsos
e os passos são tortos.
Fecham-se as portas,
abrem-se os cadafalsos
e estamos todos mortos.

A poesia de palavras mortas é absurdo silêncio,
ou o ensaio de mais um grito que assusta com o estrondo,
do fundo do meu ser as palavras vem ainda do mais fundo
e retornam renascidas numa poesia que vive todo o sempre,
que sempre é desde quando eu sempre sei que sei que te amo!
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 16/09/2012
Reeditado em 03/05/2021
Código do texto: T3884810
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