Sombras

As sombras da alma refletem no corpo sinais.
Pés cansados levitam no asfalto nodoso, rochoso, de basalto.
Braços sem forças carecem de abraço.

Breve o burburinho de trabalhadores voltando para casa se esvai.
Das marquises passarinhos pregam peças sobre cabeças descobertas.
Pelo caminho telas se acendem dando lugar a olhares vazios.

Veneno e antídoto o tempo não cede a promessas.

Um último gole e fito o sol, cumprido o dia, a ser sorvido pelo rio.