Olho para as letras no teclado e sangra a minha mente para juntá-las em palavras.
Sangra em juntá-las em uma frase que seja um pouco poética.
Olho o que vai se formando quase em verso na tela do computador e o silêncio do vazio, escurece meus pensamentos.
Escurece a luz daquilo que poderia se tornar em poesia.
Dolorosamente nasce em mim todos os dias este instinto de querer ser um quase poeta.
É uma batalha espontânea e uma sorte muito grande quando vejo que continuo escrevendo.
Que já terminei uma estrofe e comecei outra
São coisas que não posso mais reler, voltar ao começo e recomeçar.
Me resta continuar procurando a inspiração frágil para quem sabe daqui a pouco terminar.
É uma loucura, ou uma quase burrice escrever isso e achar que pode ser uma poesia.
Possa ser algo que se leia em algum livro um dia.
Possa ser migalha para alguém se fartar em uma leitura.
Talvez, um dia, venha causar, na verdade, apenas uma risada.
Parece que cheguei, como sempre chego aqui, a um final.
Final de linha.
Final de frase.
Final de uma quase poesia sem jamais saber se é a última quase poesia que irei escrever.