Caminhos Portugueses
Quando eu fui poeta vivi a
cirandar co'as fadas e co's anjos
que traquinas cavalgavam nos raios
de sol, apenas para abraçar-me
E dar-me por presente os gotas mágicas
que cintilavam em meus sorrisos.
Tiver quando fui poeta
Um amor tão forte tão manso
que meu recanto era escrito
na palma das suas mãos
E elas eram feito anciãos
a davam a perder o que era vão
E quando fui poeta, assim sem jamais ter
tê-lo sido querido... o mundo era fantasia
e o cosmo e suas nebulosas me serviam
Eu era um deus e me temiam, a implacável ação
E meus desejo se cumpriam
No alcançar dos beijos de tua boca-poesia
E tudo, o que vivi quando poeta
Desde o mar e a embarcação
E os arpejos, e toda trama desenhada
Nas auroras desdenhosos, a crer que a
vida eterna cá nós seja
Concretizo nos teus becos portugueses.
Cristhina Rangel.