SENDAS SEM LINHAS
Que veredas as minhas?
Quais saídas?
Mal sei se por vaidade ou covardia
Escolho nublar as rugas cinzas...
Surjo e manquejo na madrugada fria.
Perco-me entre mazelas.
Saudade e angústia habitam casas,
Vizinhas a esta casa que sou...
A mente se espreme entre arruelas.
Observa, aperta-se, geme,
Parece iluminar-se mas não vê...
Nada entende.
Terei de viver ainda uma vez mais essa vida
(e inúmeras outras iguais)
Sem o conforto de ser linear?
Oculto-me logo que a claridade nasce.
A luz do dia perturba-me
Como aos morcegos...
Sigo, assim, a sina infeliz
De ser esboço,
A sombra de mim...
A sombra do que fui e me fiz,
Que se destina infinita em vestígios.
Comigo me desavim.
Imagem: aquarela de Hermann Hesse, "Maskenball", 1926
Que veredas as minhas?
Quais saídas?
Mal sei se por vaidade ou covardia
Escolho nublar as rugas cinzas...
Surjo e manquejo na madrugada fria.
Perco-me entre mazelas.
Saudade e angústia habitam casas,
Vizinhas a esta casa que sou...
A mente se espreme entre arruelas.
Observa, aperta-se, geme,
Parece iluminar-se mas não vê...
Nada entende.
Terei de viver ainda uma vez mais essa vida
(e inúmeras outras iguais)
Sem o conforto de ser linear?
Oculto-me logo que a claridade nasce.
A luz do dia perturba-me
Como aos morcegos...
Sigo, assim, a sina infeliz
De ser esboço,
A sombra de mim...
A sombra do que fui e me fiz,
Que se destina infinita em vestígios.
Comigo me desavim.
Imagem: aquarela de Hermann Hesse, "Maskenball", 1926