ABRAÇA-ME…
Abraça-me…
Aperta-me contra o peito
sem demora, sem hora marcada,
porque é curto o tempo,
num instante passa,
e, para meu tormento,
não retorna…
Abraça-me…
Encosta o teu coração ao meu,
porque breve e leve o tempo é,
num instante, como véu,
foge, voa desimpedido,
e não retorna,
vai com a força da maré...
Abraça-me...
Ana Flor do Lácio
Foto:
Pormenor da estátua de Eça de Queirós e sua musa (Rua do Alecrim, Lisboa)
Saindo do Cais de Sodré e subindo a Rua do Alecrim, bem conhecida das personagens queirosianas, encontramos, à esquerda, no Largo Barão de Quintela, um pequeno jardim com palmeiras com um conjunto escultórico que faz parte das memórias da cultura urbana do Chiado. A obra, de António Teixeira Lopes em pedra de lioz, representa Eça de Queirós num momento de inspiração com uma musa seminua.
Inaugurada em 1903, três anos depois da morte do escritor, foi concebida de acordo com os modelos do romantismo e inspira-se na frase «Sobre a nudez forte da verdade o manto diaphano da phantasia» retirada da obra do escritor «A relíquia».
O escultor, convoca a nossa atenção para a dinâmica existente entre o escritor e a respetiva obra, dando corpo à metáfora literária representada na alegoria de um nu feminino e sensual, sedutor e seduzido, apenas parcialmente coberto por um panejamento transparente, de grande elegância e naturalidade, contrastando com a interpretação realista da figura de Eça de Queirós.
Pormenor da estátua de Eça de Queirós e sua musa (Rua do Alecrim, Lisboa)
Saindo do Cais de Sodré e subindo a Rua do Alecrim, bem conhecida das personagens queirosianas, encontramos, à esquerda, no Largo Barão de Quintela, um pequeno jardim com palmeiras com um conjunto escultórico que faz parte das memórias da cultura urbana do Chiado. A obra, de António Teixeira Lopes em pedra de lioz, representa Eça de Queirós num momento de inspiração com uma musa seminua.
Inaugurada em 1903, três anos depois da morte do escritor, foi concebida de acordo com os modelos do romantismo e inspira-se na frase «Sobre a nudez forte da verdade o manto diaphano da phantasia» retirada da obra do escritor «A relíquia».
O escultor, convoca a nossa atenção para a dinâmica existente entre o escritor e a respetiva obra, dando corpo à metáfora literária representada na alegoria de um nu feminino e sensual, sedutor e seduzido, apenas parcialmente coberto por um panejamento transparente, de grande elegância e naturalidade, contrastando com a interpretação realista da figura de Eça de Queirós.