Palavras...!
Circunstâncias que beiram o desleixo,
Tal vai o abandono ora imperante,
Cortes profundos, feitos com bala,
Imputando da média para baixo,
Diásporas, incólumes sofistas atuais,
Malfada & rebuscada vênia escrita,
Abusos nas importações & adereços,
Enquanto no reino dos bardos & afins,
Para as traças, ao lixo, ao limbo,
A língua que bem cantou Camões & outros...
Ventos vindos da Baviera já entorpeciam
Os ditames que a verve põem-se a sofrer,
Magistrados & magistérios apenas calam,
Ante o assombro & o descalabro vil,
Que a vasta língua novamente sofre,
Malgrado tantas reminiscências & fatos,
Ócio & oneração vendam todo o poder público,
Qual ao público pouco se atem & expia,
Das asas da águia que paira rapinante,
Das teias tecidas aos quatros cantos,
Ilude, pondo a crê não ser necessária,
Sempre impondo, sugerindo, ou mesmo comprando,
Como se esse imenso tesouro fosse a venda,
Hostes corrompidas pelo que julgam fácil,
Desmontando tradições para viver a correria,
Aflige a pasmaceira generalizada sem fim,
Atributos aos inócuos, obtusos & generalistas,
Mal se aplaca a ira para tantos desmandos,
Da mesma forma pela incompetência fria,
Daqueles que se põe como autoridades,
Do que reina o relaxo, queimando a torre,
A selvageria incauta, arremedos destruídos,
De dar pena aos que caprichos estigmatizam,
Cerne de vadias volúpias & atos sôfregos,
Ao Estado, nem interessa essa guerra,
Sobra guerrilha urbana de quem não se cala,
O poder da palavra que versa escrita, bem explica,
Que a língua portuguesa não se transforme apenas em um verbete!
Peixão89