ORGASMOS DO MAR
Na asa do mar apresso meus passos
Letargos e, perco-me, numa paródia
Onde depois reencontro-me já em devassos
Caminhos demolhados com ósculos de melodia
Sobressalto em ondas açucaradas de tristeza
Nas estreitas avenidas alegria varrida
Vozes vazias de vezes gritam sem tibieza
Enquanto trepidam num barquinho de corrida
Estrelas escondidas nas mãos de Deus
Por isso ondas casam imaculadas areias
Eu suo pelo fascínio de beldades de Zeus
E distribuo orgasmos de desejos pelas sereias
Aqueles cones opunham sombras
Mesmo assim ondas sensuais estacionavam
Nos meus olhos que apenas viam manobras
Na asa do mar solitário casuarinas voavam
Benguela, 13 de Setembro 2012.