O Fim do Não-princípio ou o Derradeiro Começo

Onde está, que de tão cruel se fez alva?

Empertigada, soluça soluções inadequadas.

Ficará, outrora, magoada?

Por não possuir a tez consagrada,

a santa cruz esmaltada,

a honra violada,

o sol da madrugada,

a silenciosa alvorada?

Porque jaz no Infinito

O pulsar contrito

De um amor maldito

Diluído em dissabores

Perecíveis ardores

No calor dos sabores

Semeia dilemas-emblemas-problemas.

A morte maldita traz em seu seio

impassível,

intransponível,

irreversível,

a tão ansiada serenidade.

O homem conturbado

desvela-se,

revela-se,

afivela-se,

ao mal que se aproxima

Privado de seus anseios

Purgado de suas dores

Entrega seu amor

À mulher sem cor.

CARLOS CRUZ - 1990