Ponto final no romance

Melhor assim:

Um definitivo fim.

Moramos fisicamente distantes,

Mal nos vemos, só por escassos instantes.

Sem a interação corporal

O amor é mero e cômico

Sentimento platônico,

Poético,

Patético,

Penosamente banal.

Tempo longo já consumido

Até culminar no entendido

Da inviável sustentação.

Daí, este irreversível NÃO!

Continuo de ti muito gostando,

Tuas virtudes admirando,

Quem sabe, ainda te amando,

Mas abrindo espaço à razão.

Ainda emana de ti boa dose de inspiração

Para o meu literário exercício,

Mas abomino o vivenciar de um suplício

Submetendo-nos a delongado sacrifício...

Será insuportável castigo para mim

Beber o fel deste fim,

Mas rogo que compreendas

Não nos envolvamos em verbais contendas,

Não telefona nem manda e-mail

Comunicação entre nós, agora sem meio.

Se de consolo precisas,

Espera o soprar de novas brisas,

Que o amanhã pode fazer surpresa.

Afinal me cativastes por tua inteireza

E não só pela inebriante beleza.

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 13/09/2012
Reeditado em 27/09/2012
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