AS SETE FACES DA ESPERANÇA


Nas águas que o rio do tempo já levou,
Eu sei que não posso mais me banhar.
Mas nas que‘inda vem eu também vou,
Não há ninguém que me possa segurar.

So se pode recuperar o tempo perdido
Não se perdendo um só minuto mais.
Andando somente num único sentido:
O futuro. O resto que fique para trás.

Pois o tempo é uma régua de ilusões,
Que a gente cria para ter uma medida
Que nos ajude a contar as estações,
Ao longo desta estrada chamada vida.

Memórias são registros de experiências
Que se usam apenas como aprendizado.
Para alguns é purgatório de consciências
Só para pagar o que fizeram de errado.

Eu durmo como se todo o meu destino
Fosse uma obra que acabei de fazer,
E acordo como se fosse um menino,
Numa maternidade acabando de nascer.

Meu sono é como a necessária morte,
Que só existe para eu ser reencarnado.
Meu karma é bússola que só tem norte,
Minha vida é calendário sem passado.

Deixo o passado para a arqueologia,
E reservo para o futuro a minha mente.
Vivo como se a vida durasse um só dia,
Mas espero que ela dure eternamente, 



João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 13/09/2012
Reeditado em 13/09/2012
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