Vilancete

MOTE

Encontrei um poema

De florilégio encantado

Texto em lágrimas banhado

GLOSA

Por que choraste, ó poema

Quem sabe tua agonia

Corte o peito noite e dia

Do mor poeta o dilema

Na flâmula lê-se o lema

Em verso d’ouro bordado

Texto em lágrimas banhado

Não chores, belo poeta

Pois lágrimas beberei

Por amor de morrer hei

Cravada no peito a seta

Doce dor que me lanceta

Levo comigo abraçado

Texto em lágrimas banhado

Encontrei um poema

De florilégio encantado

Texto em lágrimas banhado

Do mundo carrega as penas

De cada um o Pecado

Não chores, verso divino

Poesia é teu destino