PARA Zeni Silveira *

É preciso pulso

Contigo própria

Para que em atitude imprópria

Não te rendas ao impulso

De, às marcas de outrora dar extermínio.

Exercita - POR DEUS! - teu auto-domínio.

Não destrói jornais, revistas, outros impressos

Por mais que controversos

E até repulsivos sejam

Os relatos que ali estejam.

Se os acontecidos foram diferentes

Da história a ti narrada

Podem estar ali provas candentes

Bem consistentes

Da distorção,

De uma versão

Porventura forjada.

A verdade

Se desvela,

A realidade

Se expõe, elucida e revela,

Sobrepujando-se à falsidade.

Os textos,

Como os retratos,

Compõem o todo dos fatos,

Mas só quando vistos no contexto,

Comparados,

Um e outro confrontados.

Procura a cronologia recompor

Através do relato oral,

Factual

Extraído do memorial

De quem, por isento, confiável for.

Evita o arrebatamento

Por tua íntima e justificada ira.

Da verdade, o restabelecimento

Será triunfo sobre a mentira.

Nesses casos a emoção

Urge seguir de braço com a razão.

A primeira, concede a motivação,

Esta, o discernimento

Para te defrontares com cada específico momento

Da particular história

Que em tua pessoal memória

Se despedaça em um ou outro dúbio fragmento.

Derruba a desordenada pilha,

Decodifica a planilha,

Arma a equação!

Enfim terás a conclusão.

Nunca é demasiado

Lembrar o aforismo

(Por nunca ser um preciosismo):

É conhecendo o passado

Que o hoje se compreende.

Se achares que erro foi cometido

Por algum ente querido

Com quem não te foi dado ter convivido,

Coloca a desafiante questão

Na devida condição

Do tempo e espaço em que viveram

E verás que em crime nenhum incorreram

Teus pais. Podem apenas ter desafiado

Qualquer social convenção.

Nada mais,

Nem demais.

De resto, disputas e intrigas apenas

Potencializadas

Como foram interpretadas

Devido à especial condição

De temperatura e pressão

Cabendo a ti, até hoje sofrer as penas.

Mas não destruas impressos, ainda que mentirosos,

Podem vir a ser preciosos

Para a verdade enfim divulgares

E distorções, desmantelares.

* inspirado nas crônicas da autora

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 12/09/2012
Reeditado em 13/09/2012
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