mudança de destino

o que dizer da janela

de vidro esfumaçado

morto pelo desencanto

dos insetos, e do vento

morto, que sem força

desce a ribanceira da morte

e das mulheres, sempre elas,

que se entreolham na imensidão

do azul que guarda no colo,

no ventre, na pele morena,

o jeito assobiado de uma boca

ardida....

uma festa de chapéu

banhada de ternura,

numa aventura bela, de escárnio

e fingimento, que nas beiradas

dos sonhos, dos despenhadeiro

do real come a carne e come

os olhos de quem vê e sente

o que vê... esse sem ação

diante da invisível beleza,

do desejo guardado a sete

chaves nas pregas da pele

o que dizer, quando as

palavras se entortam

diante da coisa que quer

ser dita, conhecida

decifrada....o que dizer

quando as palavras se tornam

analfabetas....