Pobre Catulo (tradução)
Pobre Catulo, acabou-se a loucura.
Aceite a perda, por mais que seja dura.
Verdadeiramente brilhou para ti o sol
Mas o prazer daqueles dias se esgotou.
Quando a possuías, e unidos seguiam
Ambos um só ser, tanto se queriam
E juravam-se tamanha fidelidade...
Tudo isto, Catulo, ficou na saudade.
Então, brilhava o teu sol apaixonado:
Agora não mais, teu reino é acabado.
Controla-te, detém-te, e não a siga:
Sê firme, e a sorte não maldiga.
Adeus, falácia querida! Meu duro coração
Não buscará em teus favores reparação.
Um dia vos vereis por ninguém amada:
Em tal abandono, sequer serás cortejada.
Adeus. Que vida, pergunto, vos espera?
Quem vos receberá com alegria sincera?
Quem, ao teu lado, terá o fôlego amante
Sufocado em teus encantos? Quem, arfante
Teus lábios morderá? Não... não prossiga:
Sê firme, Catulo, e a sorte não maldiga.