INQUIETAÇÃO DO SER

Crescem-me asas

em noites sem luas,

arranco raízes

sufocadas

no silêncio

das ruas sem margens.

Entre o abismo e o céu

me entrego ao vôo,

cedo à brisa

do sopro que sou.

Sou barro,

sou chão

das mãos do oleiro.

Se o sol da meia-noite

derreter-me a cera,

as asas de meu anjo

hão de me abraçar.

Os prados

verdejantes de teus olhos

serão meu pouso,

lá deitarei

as minhas dores.

Rose Tunala
Enviado por Rose Tunala em 12/09/2012
Código do texto: T3877464
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